Cada gota que seca, evapora entoando mantras aos céus
Aos pés que a areia abraça, além de caminhos, lhe sobra a tristeza vaidosa de ser mais uma raiz encravada, na terra que finda seu salto.
De todos os quereres, o maior que temos é o de extinguir a gravidade.
Ascender rapidamente, temendo o dia que o crescer puro eternamente criança, acabe.
Queremos voar logo, expandir nossa humanidade, que crê que o horizonte lhe basta
Dessa dimensão que nos enquadra
ainda resta o tempo que não se conta
restam as luzes que não se enxerga
restam o fluidos de alma
Além das paredes, das ondas e redes
Dos cálculos, das fachadas e das sedes
Restam os fluidos de vida
Dos raios a íris e ao nada
resta ainda a vida que se proíbes
Rasgar os véus, é voar mais alto, com os pés abraçados pela areia, nós somos pássaros em mergulho...